segunda-feira, 27 de julho de 2009

Novas formas de encarar a quimioterapia

A ministra Dilma Rousseff mantém sua agenda de reuniões e viagens de trabalho. O vice-presidente da República, José Alencar, não deixa de trabalhar. São exemplos de pessoas que encaram as sessões de quimioterapia como mais uma etapa no tratamento de câncer, procurando manter sua rotina.
Segundo médicos, essa atitude é cada vez mais comum entre pacientes que precisam passar pelo tratamento, seja antes ou depois da cirurgia para retirada de um tumor ou quando não há necessidade de operar. A reação aos medicamentos varia de acordo com o organismo, com o tipo de tumor e o estágio no qual ele se encontra, o que, naturalmente, influencia as condições de saúde do paciente. No entanto, segundo Daniel Herchenhorn, chefe do Serviço de Oncologia Clínica do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o tratamento vem passando por uma desmistificação.
"Não é que a quimioterapia tenha ficado mais branda. O que mudaram foram as pessoas", explica. "As drogas estão menos tóxicas, sim, e o tratamento, menos agressivo. Só que algumas pessoas ainda têm a ideia de que a quimioterapia é uma sala de tortura. Tudo depende do entendimento do paciente de que se trata de um processo transitório."
O médico acredita que os motivos para as mudanças de atitude no paciente estão relacionadas com o avanço dos medicamentos que aliviam os efeitos colaterais, como náusea, vômito e fadiga (ocorrido nos últimos dez anos), a maior difusão de informações sobre o câncer e a importância da quimioterapia, o acesso mais amplo aos serviços de saúde, o que propicia que o diagnóstico seja feito mais cedo, e, com isso, aumenta a possibilidade de cura. Até a melhoria da qualidade das perucas, hoje menos artificiais, contribui, já que a perda de cabelo decorrente do ataque ao bulbo capilar pelos quimioterápicos provoca forte abalo emocional, em especial nas mulheres.
O médico Auro Del Giglio, do Hospital Albert Einstein, lembra que a maior parte dos pacientes volta a trabalhar no dia seguinte a uma sessão (de duração variável, podendo ser de minutos a várias horas). "Até 15 anos atrás, as pessoas vomitavam muito. Melhorou bastante", disse o oncologista, que acompanha entre 160 e 200 pessoas no Einstein e em seu consultório, a maior parte com câncer de mama e linfoma.
Apesar das mudanças, a palavra "câncer" ainda é omitida por muitos doentes. Pesquisa do Inca feita em 2007 mostrou que, apesar de 78% das pessoas acreditarem que é possível se curar e de 73% terem consciência de que há formas de prevenção, 27% dos entrevistados associam a doença à morte.
No entanto, como lembra Herchenhorn, um câncer de intestino ou um linfoma em fase inicial, por exemplo, têm até 90% de chance de cura, enquanto males em tese bem menos assustadores, como diabete, lúpus, tuberculose ou mesmo artrite não têm índices assim.
Na enfermaria e no ambulatório do Inca, psicólogos buscam esclarecer que câncer não mata - necessariamente. "Toda pessoa que é diagnosticada entra em desespero. A gente mostra que a vida vai continuar", relata Maria da Conceição Moreira, chefe do setor de psicologia do hospital.
Pacientes são encaminhados quando médicos, enfermeiros ou assistentes sociais percebem traços de ansiedade, depressão ou resistência ao tratamento. As sessões duram 40 minutos e podem ser semanais ou quinzenais. Um bom sinal é quando elas vão rareando. "O medo de morrer é natural. Quando o atendimento faz efeito, as pessoas somem, o que é ótimo. Isso acontece porque elas passam a dar prioridade a outros aspectos da vida."

Um comentário:

Balbino disse...

Olá Andreia, Aparentemente nada há de errado em seu blog. Se não aparece a tag de verificação no html, você deve ir ao google e recolocar.
Você pode também ter perdido alguns gadgets na hora de trocar de modelo..basta recoloca-los...
Boa sorte!

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