É possível que você já tenha reparado que alguns vegetais possuem características bem parecidas (como a mesma cor ou o mesmo formato, por exemplo) e que, muitas vezes, eles podem ser compostos pelos mesmos tipos de nutrientes (minerais, vitaminas etc.). As hortaliças brássicas - ou vegetais crucíferos, como também são chamadas - são um bom exemplo disso. Normalmente, elas possuem o formato de uma cruz em sua superfície, cor esverdeada e nutrientes similares que não podem ficar de fora da nossa rotina alimentar. Mas, afinal, o que são as hortaliças brássicas?
Brócolis, couve, agrião e rúcula são alguns exemplos de hortaliças brássicas
Apesar do nome diferente, as hortaliças brássicas são bem mais comuns do que nós imaginamos! Elas pertencem ao gênero "brassica", referente à família Brassicaceae, a mesma da mostarda, do brócolis, da rúcula e de uma série de vegetais como agrião, repolho, rabanete, acelga, nabo, couve manteiga, couve-flor, couve-de-Bruxelas e wasabi (raiz forte).
Hortaliças brássicas são ricas em sulforafano, substância que ajuda a prevenir doenças como câncer
A presença de sulforafano é apontada como um dos maiores benefícios das hortaliças brássicas. Afinal, a substância possui propriedades anticancerígenas, fazendo com que os vegetais pertencentes a essa família ajudem a prevenir o desenvolvimento de diversos tipos de câncer, como esôfago, cólon, mama, próstata e pulmão.
Grupo de vegetais também é rico em antioxidantes, minerais e vitaminas
As hortaliças brássicas também contam com minerais que ajudam a prevenir outras doenças além do câncer - a exemplo da anemia e da osteoporose -, como o cálcio, o ferro e o potássio. Elas também são ricas em vitaminas A, B e C - essenciais para o bom funcionamento do organismo - e possuem antioxidantes que ajudam a retardar o envelhecimento das células.
Hortaliças brássicas também contam com uma boa quantidade de fibras
O grupo de vegetais também é fonte de fibras alimentares, nutriente essencial para uma alimentação equilibrada. Elas ajudam a diminuir os níveis de açúcar no sangue, a normalizar o colesterol e a regular o sistema digestivo, além de darem a sensação de saciedade, fazendo com que quem consuma se alimente apenas da quantidade necessária para o organismo ficar bem.
Atenção: consumo excessivo de hortaliças brássicas pode desencadear em problemas na tireoide
Mesmo com todos os benefícios proporcionados pelos vegetais, as hortaliças brássicas devem ser consumidas com moderação. Isso porque elas também possuem o isotiocianato em sua composição, um composto químico capaz de inibir a função da tireoide e gerar problemas endocrinológicos como o bócio (inchaço da glândula da garganta).
Cientistas dizem ter descoberto por que algumas verduras e legumes - incluindo repolho, brócolis e couve - podem reduzir o risco de câncer no intestino.
Que os chamados vegetais crucíferos são bons para o intestino, nunca houve dúvida, mas a explicação sempre foi evasiva.
Uma equipe do Francis Crick Institute, centro de pesquisa biomédica, em Londres, descobriu que substâncias químicas anticancerígenas são produzidas quando legumes e verduras desta categoria são digeridos.
A pesquisa se concentrou em investigar como verduras e legumes alteram o revestimento intestinal, a partir da análise de camundongos e intestinos em miniatura criados em laboratório.
Assim como a pele, a superfície do intestino é constantemente regenerada, em um processo que leva de quatro a cinco dias.
Mas essa renovação permanente precisa ser rigidamente controlada, caso contrário, pode levar ao câncer ou inflamação intestinal.
E o estudo, publicado na revista científica Immunity, mostra que substâncias químicas presentes em vegetais crucíferos são vitais nesse processo.
Os pesquisadores investigaram uma substância chamada Indol-3-Carbinol (I3C), produzida a partir da mastigação desses alimentos.
"Certifique-se de que eles não cozinhem demais, nada de brócolis empapado", recomenda a pesquisadora Gitta Stockinger.
A substância é modificada pelo ácido gástrico à medida que continua sua jornada pelo sistema digestivo.
Na parte inferior do intestino, ela pode alterar o comportamento das células-tronco, que regeneram o revestimento intestinal, e das células imunes que controlam as inflamações.
O estudo mostrou que dietas ricas em Indol-3-Carbinol protegiam os ratos do câncer, mesmo aqueles cujos genes indicavam um risco muito alto de desenvolver a doença.
Sem a alimentação protetora, as células do intestino se dividiam descontroladamente.
"Mesmo quando os camundongos começaram a desenvolver tumores, quando trocamos a dieta deles, para uma apropriada, isso impediu a progressão do tumor", acrescenta Stockinger.
Os sintomas de câncer de intestino incluem sinais persistentes de:
- sangue nas fezes
- alterações nos hábitos intestinais, como ir ao banheiro com mais frequência
- dor na barriga, inchaço ou desconforto
A pesquisadora diz que as descobertas são "motivo de otimismo".
Ela reduziu a quantidade de carne que consome e come agora muito mais legumes e verduras.
"Recebemos um monte de recomendações de dieta que mudam periodicamente. É muito confuso e não fica claro quais são as causas e consequências", avalia.
"Me dizer apenas que é bom para a saúde, sem explicar a razão, não vai me fazer comer determinados alimentos."
"Com esse estudo, vimos como os mecanismos moleculares desse sistema funcionam", completa.
"Esse estudo em camundongos sugere que não é apenas a fibra presente em legumes e verduras, como brócolis e repolho, que ajuda a reduzir o risco de câncer de intestino, mas também as moléculas encontradas nesses vegetais", diz o pesquisador Tim Key, do Cancer Research UK.
"Estudos mais aprofundados ajudarão a descobrir se as moléculas desses alimentos têm o mesmo efeito nas pessoas. Mas, enquanto isso, já existem muitos bons motivos para se comer mais verduras e legumes", acrescenta.
Fonte da Imagem:
Conheça as hortaliças brássicas e saiba por que acrescentá-las no cardápio
Fontes do Texto:
Conheça as hortaliças brássicas e saiba por que acrescentá-las no cardápio (conquistesuavida.com.br)
Como repolho, couve e brócolis ajudam a impedir o surgimento de câncer - BBC News Brasil