terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Leite de soja e câncer

Com menos gorduras, sem colesterol e com mais proteínas que o leite de vaca, o leite de soja é uma opção para aqueles que não toleram a lactose ou querem enriquecer sua alimentação, evitar problemas de saúde e regular sua atividade hormonal.


De acordo com especialistas em nutrição, quanto mais leite de soja leite_de_soja_com_okara_

se consome, menos risco se tem de sofrer câncer de mama, infartos e osteoporose. Esta bebida, elaborada a partir de uma proteína vegetal de alta qualidade nutritiva, a leguminosa, e enriquecida com cálcio, é uma das maiores aliadas da saúde, devido a seus fitoestrógenos, compostos similares a hormônios.
Enriquecida com cálcio, a bebida ajuda a prevenir a desmineralização dos ossos, o que traz benefícios principalmente para as mulheres que sofrem de osteoporose. "O leite de soja é um dos melhores aliados da mulher entre os alimentos funcionais que aportam vitaminas, minerais e substâncias protetoras e benéficas", explica a nutricionista Marta Aranzadi.

Comparado com o leite de vaca, o de soja contém menos gordura e cálcio, não tem colesterol, tem pouco carboidrato e é uma ótima fonte protéica. Além disso, é menos calórico e não contém caseína nem lactose, duas substâncias lácteas que causam transtornos digestivos.

Por outro lado, contém ácidos poliinsaturados, que ajudam a reduzir a presença do mau colesterol (LDL) no sangue, e lecitina, que ajuda a evitar o acúmulo de gordura nas artérias.
A maioria das marcas de leite de soja é fortalecida com cálcio e muitas delas também são enriquecidas com as vitaminas D, B12 e B2. Há ainda variedades especialmente formuladas para bebês alérgicos ao leite de vaca.

Além de uma proteína completa, que contém os aminoácidos essenciais presentes nos ovos, na carne, no leite e no pescado, o leite de soja é rico em fitoestrógenos, que ajuda a regular a função endócrina, aliviar a tensão pré-menstrual e prevenir a osteoporose, os desarranjos da menopausa, o câncer de mama e as doenças cardiovasculares.

Salvo os casos de intolerância à lactose, nos quais o leite de vaca é substituído, os nutricionistas aconselham a utilização do leite de soja para enriquecer e dar variedade à alimentação, dada sua versatilidade e qualidades saudáveis, nutritivas e gastronômicas.

Uma dieta para reduzir o risco de câncer deve ter menos gordura, mais fibras e mais frutas e vegetais. Alimentos a base de soja ajudam a seguir estas regras pois possuem baixos níveis de gordura saturada e altos níveis de fibra, além de outros nutrientes importantes.


Mulheres que consomem regularmente produtos derivados de soja apresentam 54% menos chance de adquirirem câncer de útero. Por exemplo, as mulheres americanas, onde o consumo de produtos a base de soja é pequeno, tem quatro vezes mais chance de desenvolverem câncer de útero do que mulheres japonesas, onde o consumo de produtos de soja é alto. Estudos indicam que alimentos a base de soja ajudam a proteger contra vários tipos de câncer, incluindo câncer do pulmão, do colo do útero, do reto, do estômago e de próstata.

Homens que consomem mais de um copo de leite de soja por dia, tem os riscos de desenvolver câncer de próstata diminuidos em 70%.

É importante lembrar que a quantidade de cálcio que está presente no leite de soja é pouco para quem não toma leite de vaca, então é bom tomar cálcio, prevenindo problemas relacionados á falta de cálcio.

 

http://www.drashirleydecampos.com.br/noticias/20229

http://www.portalangels.com/artigosemanal29.htm

terça-feira, 25 de novembro de 2008

"Administrando" o Câncer

Pesquisa mostra doença como gerenciável dentro de dez anos.

Dentro de dez a quinze anos, provavelmente ainda não haverá algo que possa ser chamado de uma cura para todos os tipos de câncer, mas esta será uma doença "administrável". É a opinião do oncologista Júri Gelovani, do Centro M.D. Anderson de pesquisa contra o câncer, da Universidade do Texas.

Gelovani, um dos cientistas que lideram hoje a pesquisa sobre imagens para diagnóstico da doença.


"Provavelmente, no futuro, nós converteremos o câncer em uma doença que poderemos detectar cedo e que possamos administrar, da mesma forma que administramos hipertensão, diabetes e epilepsia", disse Gelovani. "Deixaria de ser uma doença que chamarmos de 'grave' para se tornar gerenciável."

Gelovani pesquisa hoje formas de usar máquinas sofisticadas de imagem, como PET scan (tomografia por emissão de pósitrons) e ressonância magnética, para identificar formas mais precisas de detectar onde os tumores estão.
Para isso, seu grupo usa uma série de agentes -- biomarcadores, no jargão médico -- que reconhecem substâncias ou características específicas do tumor e se ligam a ele. Esses agentes incluem de moléculas nanoscópicas, proteínas que se ligam a proteínas específicas de tumores e anticorpos a vírus inofensivos modificados.


O objetivo do grupo é ir além da tecnologia de imagem e criar tratamentos que usam a habilidade dessas moléculas que reconhecem células específicas de tumores. "Ultimamente, muitos trabalhos tem sido publicados mostrando que essa abordagem é viável e pode ser transportada para a clínica", diz Gelovani.

 

http://www.sindifarmajp.com.br/noticias.php?not_id=251

sábado, 11 de outubro de 2008

Espiritualidade e câncer, o que diz a ciência sobre isso?

como a espiritualidade interfere na ocorrência ou na prevenção do câncer?

SHEKELLE e colaboradores, em trabalho publicado na revista “Psychosomatic Medicine” de abril de 1981 afirma que DEPRESSÃO e SENTIMENTO de DESESPERANÇA estão fortemente relacionados com o aparecimento de CÂNCER, por interferirem no sistema imunitário.

James PAGET, que descreveu uma das formas mais comuns do câncer da mama, já afirmava a mesma coisa em 1870.

Nossa Senhora das graças 2 E SHEKELLE ainda demonstra  que pesquisas feitas com animais submetidos a sucessivos e inevitáveis  choques elétricos, produziam neles o aparecimento de tumores, em decorrência  do stress provocado pelos estímulos dolorosos.

Levando em conta o que ERICH FROMM dizia:  “A mente é a benção e a maldição do Ser Humano”, podemos deduzir que nele, mais dos que em animais-cobaias, a possibilidade do aparecimento de tumores em conseqüência de stress se torna muito mais provável.  Afinal, só o Ser Humano questiona “POR QUE SOFRO?”  e isso amplia significativamente os efeitos do stress.

EVERSON, na mesma publicação, porém já em 1996, confirmou as pesquisas de SHEKELLE  afirmando que a DESESPERANÇA é mais forte do que a DEPRESSÃO, na ocorrência de suicídio.

Ora,  o câncer pode ser  considerado, em diversos casos, como uma forma de suicídio. Uma forma a que demos o nome Jesus Misericordioso de SUICÍDIO ENDÓGENO uma vez que a pessoa, incapaz por qualquer razão, física, moral ou psicológica, de se matar diretamente cria, a nível de consciente profundo, bloqueios de seus mecanismos de defesa, ou estabelece  situações onde doenças ou acidente possam lhe acontecer, tirando a sua vida.

STEPHANIE SIMONTON, esposa e colaboradora de Carl SIMONTON afirma, no livro “Com a a vida de novo” que “cada um de nós tem a sua participação na saúde e na doença, a todo momento,  através de nossas convicções, nossos sentimentos e nossas atitudes em relação à nossa vida.”

Segundo suas observações o câncer costuma surgir como uma indicação de problemas e stress, que aconteceram de 6 a 18 meses antes do aparecimento da doença.  Reagindo a eles com desesperança e desistência, o a pessoa abriu suas defesas, permitindo a proliferação das células cancerosas em seu organismo.(1)

As implicações da espiritualidade na saúde vêm sendo estudadas cientificamente e documentadas em centenas de artigos. Há relação entre envolvimento espiritualista e vários aspectos da saúde mental, sendo que pessoas vivenciam melhor saúde mental e se adaptam com mais sucesso ao estresse se são religiosas. Pessoas religiosas são fisicamente mais saudáveis, têm estilos de vida mais salutares e requerem menos assistência de saúde. Existe uma associação entre espiritualidade e saúde que provavelmente é válida, e possivelmente causal. É plenamente reconhecido que a saúde de indivíduos é determinada pela interação de fatores físicos, mentais, sociais e espirituais. Os profissionais da saúde
já contam com indicações científicas do benefício da exploração da espiritualidade na programação terapêutica de virtualmente qualquer doença. (2)

 

 

1 - http://www.redenacionaldetanatologia.psc.br/Artigos/artigo_12.htm

2 - SAAD, Marcelo, MASIERO, Danilo, BATTISTELLA, Linamara Rizzo. ESPIRITUALIDADE BASEADA EM EVIDÊNCIAS. http://www.actafisiatrica.org.br/v1%5Ccontrole/secure/Arquivos/AnexosArtigos/A3C65C2974270FD093EE8A9BF8AE7D0B/vl_08_n_03_107_112.pdf

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Tabaco, quem usa e quem não usa sofre consequências:

O congresso mundial contra o câncer 2008 que começou dia 27 de agosto e terminou agora em 31 de agosto de 2008, em Genebra, Suiça, teve já na abertura a afirmativa: o tabaco é o maior fator de risco para o câncer.

                                                             campanha_nao_cigarro

Todo esforço concentrado nos perigos de pais fumando dentro de casa e de carros.

Genebra - É uma estatística surpreendente: 700 milhões de crianças - quase a metade dos jovens do mundo - respiram ar poluído pela fumaça de tabaco. As pessoas que fumam em espaços confinados, como dentro de casa ou no carro, submetem outras pessoas a uma mistura perigosa de toxinas, inclusive nicotina, monóxido de carbono e cianeto, mesmo quando as janelas estão abertas. O fumo passivo expõe crianças a riscos crônicos de saúde: - Aumenta o risco de um bebê morrer subitamente de causas inexplicáveis. - Contribui para o peso baixo de nascituros e prejudica o desenvolvimento dos pulmões. - Causa bronquite e pneumonia em adultos jovens. - Aumenta o risco de infecções auriculares, asma, tosse e respiração ofegante entre crianças em idade escolar.

Essas ameaças à saúde ressaltam a necessidade de os pais protegerem as crianças do fumo passivo. Na primeira campanha global deste gênero, a International Union Against Cancer (UICC) [União Internacional Contra o Câncer] e membros do mundo inteiro conduzirão uma iniciativa para promover às crianças ambientes livres de fumo. A campanha "I love my smoke-free childhood" (Adoro minha infância livre de fumo) será lançada no Dia Mundial do Câncer, 4 de fevereiro, com estas mensagens para os pais: - Evite fumar em casa ou no carro. - Alerte as crianças para ficarem longe do fumo passivo ou de locais que permitem fumar. - Ensine às crianças que não existe um nível seguro de fumo passivo. - Não fume durante a gravidez ou perto de alguma mulher grávida. - Use uma creche livre de fumo. - Se você é fumante, pergunte ao médico como fazer para parar. - Seja um modelo de comportamento para seu filho - não fume.

Em apoio a essas mensagens, a UICC está publicando um relatório especializado de 40 páginas, "Protecting our children against secondhand smoke" [Protegendo nossos filhos contra o fumo passivo].

A campanha "I love my smoke-free childhood" é o primeiro foco dentro da Campanha Mundial Contra o Câncer, um esforço qüinqüenal de prevenção do câncer lançado no Dia Mundial do Câncer de 2007. A Campanha oferece aos pais medidas simples para serem ulteriormente compartilhadas com as crianças na prevenção do câncer. (www.worldcancercampaign.org).

"Quarenta por cento dos cânceres são evitáveis através de hábitos saudáveis. A primeira medida de prevenção é a educação, começando com pais e filhos. Cada história de sucesso significa menos vidas perdidas", diz Isabel Mortara, diretora executiva da UICC. "Os cânceres relacionados com o tabaco lideram a lista de mortes evitáveis, e centenas de milhares de pessoas que nunca fumaram morrem a cada ano de doenças causadas pelo fumo passivo. É por isto que esta iniciativa é tão importante".

Além de objetivar individualmente as pessoas, a UICC encoraja os formadores de opinião a colocar o câncer nas agendas públicas. Um número crescente de países já adotou leis 100% livres de fumo, proibindo fumar em todos os espaços públicos fechados, sem exceção. A Irlanda foi o primeiro país a fazê-lo em 2004, seguida pelo Reino Unido, Nova Zelândia, Uruguai, Bermudas, Butão e Irã. Porto Rico e vários estados e cidades dos EUA adotaram também tais proibições.

"Os países com leis 100% livres de fumo devem ser elogiados por seu legado em prol de famílias mais saudáveis. Nessas nações, a porcentagem de crianças expostas ao fumo passivo vem diminuindo com o tempo", diz o Dr. Franco Cavalli, presidente da UICC. "Embora tal tendência seja encorajadora, esta abordagem sozinha não protegerá as crianças do fumo passivo. É por isto que a educação dos pais é tão decisiva".

The International Union Against Cancer: Fundada em 1933, a UICC é o único consórcio verdadeiramente global de organizações de combate ao câncer do mundo, com 300 membros em 90 países englobando a África, as Américas, Ásia-Pacífico, Europa e o Oriente Médio. | www.uicc.org

Protecting our children against secondhand smoke: Este relatório especializado expõe as conseqüências na saúde da exposição das crianças à fumaça do tabaco, e faz recomendações detalhadas para proteger as crianças em lares, carros, creches, escolas e outros locais públicos. Entre os autores está o Dr. Jonathan Samet, editor científico sênior dos relatórios de 2004 e 2006 sobre o fumo e a saúde do U.S. Surgeon General (cargo nos EUA equivalente a ministro da saúde) (communication@uicc.org)

The World Cancer Congress 2008: O Congresso Mundial do Câncer oferece acesso aos líderes mundiais no controle do câncer. O próximo Congresso acontecerá em Genebra, de 27 a 31 de agosto. O encontro apresenta novas pesquisas sobre novos tópicos, e também soluções comprovadas e em andamento no controle do câncer. | www.uicc-congress.org | www.uicc.org | www.worldcancercampaign.org | Por: PR Newswire

NÃO FUME, FAÇA CAMPANHA CONTRA O FUMO, NÃO PRECISAMOS DISSO PARA VIVER.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

XENOESTROGÊNIOS E CÂNCER

Um estudo realizado em vários grupos étnicos e regiões geográficas, relacionam os fatores de risco com o câncer de mama, somando uma exposição vitalícia para o estrogênio (hormônio feminino responsável pelos caracteres sexuais femininos). A chave componente é o receptor de estrogênio para o qual é unido a transcrição de uma variedade de genes importantes, alguns dos quais controla a indução de tumores e o seu crescimento (DAVIS, 1997).

Essa pesquisa (DAVIS, 1997) enfatizou a importância de xenoestrogênios (substâncias sintéticas com atividades estrogênicas; o xenoestrogênio entra no organismo, ocupando os receptores do estrogênio, criando maiores possibilidades de desenvolvimento de câncer da mama ou do útero), agentes ambientais, que agem como estrogênios e podem afetar a taxa de metabolismo de estradiol (principal estrogênio produzido pelo ovário) e o tipo de metabólitos produzidos, alterando a ligação com o receptor de estrogênio, mudando a proliferação da célula que constitui parte da mama. Assim influencia o desenvolvimento de câncer de mama e outras doenças relacionadas a esses hormônios.

Alguns xenoestrogênios (por exemplo, em certos produtos de soja) são protetores, enquanto outros (por exemplo, em certos inseticidas) influenciam muito no aumento do risco de uma mulher vir a desenvolver o câncer de mama (DAVIS, 1997). A habilidade para ativar xenobióticos é o fenômeno chave em carcinogênese ambiental. Sistemas intracelulares de DNA são provavelmente responsáveis para o resultado de fim de transformação neoplásicas ou normalidade na presença de encontros de carcinogênicos (MORAN, 1996).

Os cientistas ambientais acreditam que o câncer, como câncer de mama, é um produto direto de substâncias químicas da era industrial (CARLIN, 2001). Em particular, muita atenção está enfocada agora em grupos de substâncias químicas que afetam o sistema hormonal do corpo (CARLIN, 2001). Em O Futuro Roubado, Theo Colburn (In Our Stolen Future) discute essas substâncias químicas sintéticas que imitam hormônios naturais e cânceres hormônio-relacionados, como câncer de mama (COLBORN, 1997). Muitos produtos químicos são similares ao estrógeno in vivo e in vitro, por esta razão Wolff e Weston (1997) acreditam que o câncer da mama possa também ser influenciado por agentes ambientais.

 

DAVIS, D. L. Environmental influences on breast cancer risk. Science and iMedicine, V. 4, n. 3. p. 56. May-Jun 1997,

MORAN, E. M. Environment, cancer, and molecular epidemiology: air pollution. Pubmed. v. 15. n. 2 - 4. p.97-104, 1996.

CARLIN, S. Community Breast Cancer Mapping. Huntington: Southampton College, Long Island University, 2001.

COLBORN, T.; DUMANOSKI, D.; MYERS, J. P. Our stolen future. New llYork: Plume Books, 1997.

WOLFF, M. S.; WESTON, A. Breast Cancer Risk and Environmental Exposures Environmental Health Perspectives. v. 105, n. 4, p. 891-896, 1997 .

ZAVARIZ, Andreia. Análise da distribuição epidemiológica do câncer de mama nos municípios de vitória e vila velha-ES. 2003.

 

OBS: o Livro Our Stolen Future tem uma versão em português, O futuro Roubado de Theo Colburn.

sábado, 19 de julho de 2008

Uma célula renegada, sua história desde o século XIX

Até o século XIX, o câncer era relativamente raro, e isso é explicado pelo fato de que no passado, em muitos países europeus, a expectativa de vida era de apenas 35 anos. Muitas pessoas que poderiam ter contraído câncer mais tarde, eram vitimadas muito antes principalmente por doenças infecciosas. A medicina não contava com produtos farmacêuticos mais eficientes, vacinas, dentre outras tecnologias que foram surgindo no século XX. Essas doenças vitimavam um grande número de pessoas rapidamente, como por exemplo, a peste negra.

Nessa época, quando o câncer ocorria era considerado um acidente fortuito, e nas últimas décadas do século XVIII foram se evidenciando indícios de que o câncer estava relacionado com as experiências ou estilos de vida das pessoas. Essa nova postura iniciou-se quando alguns médicos documentaram tipos particulares de câncer que afetavam subpopulações muito distintas da humanidade. Foram documentados casos de homens portadores de câncer escrotal que haviam trabalhado como limpadores de chaminé na juventude, cânceres nasais em pessoas que costumavam cheirar rapé, mineiros de uranita adquiriam câncer de pulmão, pessoas que trabalhavam com raios-X apresentavam câncer de pele e leucemias, câncer de língua em mulheres que pintavam ponteiros de relógio com radioluminescentes (lambendo os pêlos do pincel), dentre tantas outras descobertas.

Uma análise populacional requer também um conhecimento histórico e cultural, suas origens e seus processos de transformação e abrange aspectos sócio-econômicos e dessa forma obter conhecimento da população com a qual se está trabalhando. Assim, os casos de câncer variam de país para país, apresentando diferentes tipos de câncer como maior ocorrência. O Câncer de fígado ocorre com mais freqüência em determinadas partes da África do que na Grã-Bretanha, o câncer de estômago atinge mais os japoneses do que os americanos, o câncer de cólon ocorre mais em determinadas regiões dos Estados Unidos do que na África.

Uma teoria alternativa se impôs com mais força, fatores externos que afetam o organismo desempenham grandes influências para o surgimento do câncer. Essa mudança, que começou no início do século XX, coincidiu com outra revolução, relacionada á compreensão das doenças infecciosas. Nas últimas décadas do século XIX, Robert Koch e Louis Pasteur descobriram várias doenças letais que podiam ser atribuídas a agentes causais específicos, como bactérias e vírus. Assim, as doenças humanas passaram a ser descritas como conseqüências de causas específicas, passíveis de serem conhecidas, e não como atos aleatórios. Com esse avanço tornou-se possível redefinir e elucidar o câncer. O câncer podia estar relacionado a termos mais específicos, como o estilo de vida e o ambiente.

Durante o século XX, duas mudanças importantes ocorreram, a expectativa de vida aumentou, começamos a viver por 70 ou 80 anos. Nossa dieta também se modificou, passando de uma alimentação rica em grãos e vegetais a uma que enfatizou cada vez mais a carne e grande quantidade de gordura. Os efeitos da dieta são evidenciados pela epidemiologia, há regiões da África cujos habitantes seguem uma dieta baseada quase exclusivamente em vegetais e grãos. Essas pessoas estão expostas a um risco de câncer de cólon mais de dez vezes menor do que o observado no Ocidente. Muitos carcinógenos químicos são introduzidos no organismo através da nossa alimentação, Weinberg (2000) chega a afirmar que em sua grande maioria, os mutágenos ingeridos na alimentação tendem a ser componentes naturais de nossa alimentação e não contaminantes feitos pelo homem.

O organismo sadio é uma sociedade muito peculiar, onde a regra é o auto-sacrifício, mais do que a competição: todas as linhagens de células somáticas são comprometidas com a morte, não deixam progênie, mas dedicam sua existência para o suporte ás células germinativas que, por si, têm a chance de viver. Para o corpo a célula somática é um clone e o seu genoma é o mesmo das células germinativas e pelo seu auto-sacrifício em favor das células germinativas, as células somáticas ajudam a propagar cópias de seus próprios genes. Assim, diferentemente das células de vida livre, tal como uma bactéria que compete para sobreviver, as células de um organismo multicelular são comprometidas para a colaboração. Qualquer mutação origina o comportamento egoísta nos membros individuais dessa cooperativa (organismo), colocando em risco o futuro do empreendimento. Mutação, competição e seleção natural operando dentro de populações de células somáticas são os ingredientes básicos do câncer, é uma doença em que as células mutantes iniciam sua proliferação às custas das células vizinhas e no fim destrói toda a sociedade celular e morre.

A célula cancerígena é uma célula renegada, ao contrário das congêneres normais, as células cancerosas desprezam as necessidades da comunidade de células á sua volta. Estão interessadas em suas vantagens proliferativas, são “egoístas e muito insociáveis”, “aprenderam a crescer” sem nenhum estímulo vindo da comunidade de células á sua volta (WEINBERG, 2000).

 

WEINBERG, R. A. Uma célula renegada, como o câncer começa. Rio de Janeiro: Rocco, 2000.

ZAVARIZ, Andreia. Análise da distribuição epidemiológica do câncer de mama nos municípios de vitória e vila velha-ES. 2003.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Poluição e Câncer de mama

Um estudo desenvolvido pelo hospital Princess Grace, de Londres, descobriu que as mulheres urbanas têm maiores chances de desenvolver o câncer de mama.

A pesquisa, realizada com 972 mulheres, concluiu que aquelas que vivem ou trabalham em grandes cidades apresentam o tecido mamário muito mais denso do que as outras -- e quanto maior a densidade maior o risco do surgimento da doença.

Os cientistas acreditam que a causa principal seja a poluição do ar, que contém partículas capazes de reproduzir os efeitos dos hormônios femininos, influenciando na formação do tecido mamário.

Este é mais um motivo para que as autoridades incentivem a redução das emissões de gases gerados pelos automóveis,indústrias siderúrgicas, dentre outras fontes poluentes.

 

Acredito que há uma ligação entre poluição e câncer de mama, pois através de um estudo epidemiológico pude averiguar que haviam mais casos de câncer de mama em locais onde haviam pais poluentes.

Não é um fator isolado, maisimage acumula-se com outros fatores de risco para o desenvolvimento da doença.

É possível que haja determinantes substâncias presentes nos poluentes que proporcionem mutações favoráveis para a formação do câncer de mama, sendo que além disso determinados poluentes apresentam características cancerígenas.

Artigo sobre Chlorpirifós

Nos últimos anos, tenho me dedicado a pesquisa sobre os pesticidas, principalmente no cultivo de café, que é o principal cultivo na minha re...